Um dia de Hippie

A ideia toda surgiu aleatoriamente em alguma conversa que nós duas nem lembramos. Foi mais como uma brincadeira com uma das comunidades mais famosas do Orkut. Em meio a tantos projetos e dúvidas nós resolvemos que se nada desse certo viraríamos hippies.

Viver de forma simples, se sustentar com algo feito manualmente por nós mesmas...

Claro que ser hippie envolve muitas outras coisas, que provavelmente nós nem sabemos, mas a coisa toda criou raízes em nossas mentes e tudo passou a ser mais uma motivação. Nós decidimos que se tivéssemos coragem para colocar isso em prática pelo menos por um dia, teríamos coragem de seguir em frente com nossos planos.


Colocamos nossos melhores trajes natureza, qualquer coisa que não fosse chinelo nos pés e com uma placa feita de papelão em mãos saímos em busca de uma aventura hippie de verdade no lado mais verde da cidade que nós conseguimos achar. O resultado? Mais inesperado impossível.

A nossa primeira parada foi para registrar o momento as margens de um rio(?), que seguia uma avenida movimentada. O que não sabíamos era o quanto as pessoas não estão acostumadas com esse tipo de situação. Todos os motoristas resolveram mexer com a gente... motoqueiros, caminhoneiros, carros, ciclistas e até pedestres. Todos. Não entendemos nada. Começamos a rir sem parar e mostrar a placa, na tentativa de transmitir a mensagem certa.

Ficamos com um pouco de medo mas seguimos caminhando e registrando tudo, as buzinas e cantadas por toda parte continuaram. E estávamos de saia longa. Saia longa.

O dia de hippie acabou virando uma manhã de hippie, já que o sol começou a ficar bem forte e nossos calçados acabaram machucando nossos pés. Após espalhar mais um pouco a palavra de John Lennon, resolvemos voltar para casa.

Apesar de não ter sido lá muito hippie, nós vimos que as vezes é preciso mesmo só um ato de coragem para ver como as coisas podem nos surpreender. E por mais simples que esse ato tenha sido, gostamos de pensar que teve impacto não só na nossa manhã daquele dia, mas na manhã de quem nos viu e sorriu por um minuto que seja.

Queremos viver com essa sensação, de que nossas ações tem significado. Fazendo a diferença dos menores aos maiores atos.

Antes dos 40 ... nós vivemos um dia de hippie.